enough said, thats me.

I don't want to get over you. I guess I could take
a sleeping pill and sleep at will and not have to
go through what I go through. I guess I should take
Prozac, right, and just smile all night at somebody new,
Somebody not too bright but sweet and kind who would
try to get you off my mind. I could leave this agony behind
which is just what I'd do if I wanted to, but I don't
want to get over you cause I don't want to get over love.
I could listen to my therapist, pretend you don't exist
and not have to dream of what I dream of; I could listen
to all my friends and go out again and pretend it's enough,
or I could make a career of being blue--I could dress
in black and read Camus, smoke clove cigarettes and drink
vermouth like I was 17 that would be a scream but I
don't want to get over you.

tristeza

Ouch I have lost myself again
Lost myself and I am nowhere to be found,
Yeah I think that I might break
Lost myself again and I feel unsafe


eu perco a hora todo dia pro trabalho, porque não consigo fechar um livro, porque não consigo parar de ouvir uma playlist, porque gosto de fumar deitada no sofá, ou porque sinto que deus está mais aqui em casa do que lá fora.

eu leio com um rolo de papel higiênico do lado, pra poder ir picotando e deixando pedacinhos em cada pagina que achar algo bonito, como uma trilha pr'eu seguir mais tarde, caso me perca.

ainda me atrapalho quando perguntam 'tudo bem?' e nunca lembro de perguntar de volta.

continuo não simpatizando com quem não gosta de luzes de natal, ou da paulista semi vazia, ou de sentar lado a lado sem falar nada, absolutamente nada.

mantenho meu estilo de roupa baseado no fator único "usar a peça mais limpa que encontrar".

vez ou outra, escolho o sapato errado e volto mancando.

saio especificamente pra tomar chuva, por uns cinco minutos.

sou incapaz de fazer uma pessoa gostar de mim o suficiente pra vir me ver.

meu mau-humor permanece firme e forte, bem como grosseria gratuita.

não parei de fumar, não voltei a cozinhar, não consegui arrumar o quarto, sofro com insônia, enjoo fácil, e não tenho vontade de trepar com ninguém mais.

o que mudou, afinal? o que posso mudar?

trouble living

sabe, amor, parece que as pessoas foram embora todas

minha mãe diz que é delirio, que eu é que invisto só enquanto me interessa, e então deixo pra lá e
e acaba
mas se assim fosse, acho que fica tudo mais triste, neh
porque, afinal
veja bem
tava tudo nas minhas mãos?
e aí, se eu joguei no chão, ou se deixei cair, foi-se pra sempre?

nao sei, amor
talvez eu me apaixone por outra pessoa, sabe
talvez eu aceite abrir um espacinho aqui dentro pra alguém que pareça se importar
alguém que fique

e voce? ja me esqueceu, ou vez ou outra ainda tem que fazer esforço pra nao mencionar meu nome... em voz alta?

as vezes, as vezes, me pergunto se voce me deixaria te chamar assim, "meu amor", se eu estivesse morrendo ou algo dramaticamente emo assim
tento nao me responder, porem, pois tenho medo que não mudasse nada

tou fazendo um esforço do caralho pra nao me perder, pra nao errar
mas
eu
enfim

te espero ainda.

sleep has left me alone

how stupid could I be
a simpleton could see that you're no good for me
but you're the only one I see

love has made me a fool
it set me on fire and watched as I floundered unable to speak
except to cry out and wait for your answer
but you come around in your time
speaking of fabulous places, create an oasis
dries up as soon as you're gone
you leave me here burning, in this desert without you

medo de ser feliz.

Que tristeza infinita e imensurável perder a linha-guia num labirinto e conseguir escapar e ver novamente o sol e o céu e toda a beleza do universo.

Me perdoa, meu amor, mas você não passou, não passou no teste, e eu não quero morrer.

quarenta e seis.

As soon as forever is through
I'll be over you



No começo, eras uma torre alta demais. Cinza, prata. Fria. Dura.
"Te amo" soava "segunda-feira". Me enervava.
Quis não me importar, fingi que consegui, por um bom tempo.

Até que. Entendi. Em algum momento qualquer, o azul-claro dos teus olhos brilhou d'um jeito diferente e eu vi, por um segundo, algo tão intenso, tão doloroso e tão lindo, que me perdi.

Quis te rasgar de cima abaixo, arrancar a carne que escondia o coração, colocar as mãos na tua alma e trazer à luz. Você era luz pra mim, como podia permanecer nas trevas? Eu tinha que ver por dentro. Eu achava que já tinha visto.

E, sinto muito. Num culto arcaico dum templo pagão, com os dentes e com as unhas, te feri tão fundo, tão forte, fiz um buraco na vida de tal forma que o sangue todo que saiu quase me afogou.

Descobri tanta raiva lá dentro, tanta tristeza, tanto medo, pensei em te deixar, pensei que era mais do que eu podia suportar, pensei que amor algum poderia te curar, pensei, pensei um monte de coisa. Pensei que talvez pudesse, eu, que eu talvez pudesse. Fazer. Ser. Alguma coisa. Tudo.

Esqueci que eu também tinha carne, que eu também tinha um coração escondido em algum lugar. Esqueci que eu também tinha minha mágoa guardada. Que eu tinha todo meu egoísmo, e toda a minha vergonha. Minha distração. Minha teimosia. Tudo antigo e fundo como teu passado.

Me fazendo de deus, te entronizei e adorei, e esqueci que Deus realmente existe. Cortei-te em pedaços, sem cuidado nem alivio, enquanto você me feria delicadamente, me ensinando o que me recusava a aprender.

Devia ter percebido o que estava acontecendo como percebi que te queria. Devia ter me dado conta de que não podia arrancar teu coração a força, que fora de ti ele deixaria de bater, que fora do teu corpo não valeria nada, que sem tua entrega espontânea não haveria sentido.

Eras uma torre tão linda, não consegui esperar. Havia o tempo de aguardar, mas eu ja tropeçava. Tão forte, tão adorável. Tão doce.

Agora, agora permanece imóvel. Eu me vou. Você foi minha cura. Minha salvação. Foi meu anjo, meu príncipe encantado, me mostrou o que eu achei que já tinha e nunca tive.

Irei, porque tenho que ir, porque preciso aprender, porque quero entender, porque ei de voltar, e fazer diferente.

Porque não tenho mais esperanças, porque minhas cartas de amor não tem som nem valor, porque por mais que eu tente, meu tempo ainda me sobra. Por mais que eu evite evitar te amar, não consigo pensar com tua presença quase real dentro de mim.

Então eu me vou, meu amor, e deixarei que Deus tome o que lhe pertence, que governe, que reine, que ordene, que ame.

Guardarei comigo uma sombra de fé e, quem sabe, seja o suficiente para um último milagre.